PERFIL
RESPEITO E TOLERÂNCIA
Paulino pode até não ser o exemplo e o referencial do "homem moderno" (igual a todos) para nós nos dias de hoje, mas com toda certeza ele é a representação do quanto a sociedade contemporânea mudou nos seus valores, no seu comportamento e no seu modo de ver a vida e as pessoas, como seres humanos únicos e diferentes uns dos outros.
Paulo Eduardo Galvão Chacon, que mais tarde tornou-se mais conhecido como apenas Paulino Chacon: Chacon, pelo sobrenome e Paulino, adotado pela idolatria à cultura mexicana, onde lá, pronuncia-se Paulino para o diminutivo e masculino de Paulo, hoje tem 24 anos de idade, nasceu em Natal/RN e foi criado pela sua tia (solteira) a partir dos 6 anos de idade, quando largou a casa de sua mãe devido problemas com padrasto. Não chegou a conhecer o pai, que faleceu quando ele ainda era muito pequeno.
Paulino encontrou um lar, família e abrigo nos braços de sua tia que o amparou e lhe deu os cuidados de que toda criança precisa. A mãe, dividida pelo amor ao filho e ao marido, fez a sua escolha. E mesmo amando o menino, deixou-o ir reconhecendo o melhor para o seu bem: a distância daquele homem pelo qual ela também sentia amor, com quem teve mais dois outros filhos.
Uma criança solitária, longe dos dois irmãos maternos, mas nem por isso infeliz. Das recordações que tem de quando era garoto ao lado de sua tia, Paulino destaca ente as melhores recordações daquela época coisa simples da vida como o sorvete no shopping, as compras de brinquedos e os lanches nas praças de alimentação, sempre aos cuidados atentos e em companhia de sua tia que se fez o tempo todo presente na formação do menino. Tia esta que vestiu a camisa de mãe e adotou de coração o sobrinho que desde sempre foi o seu xodó, como conta orgulhoso, Paulino Chacon.
Desde criança a arte já fazia parte da vida e do imaginário de Paulino. A criança que em casa, sem irmãos, brincava sozinho, preenchia o quarto com desenhos de figuras do meio ambiente e de bonecos bons e maus, cuidando e destruindo a natureza (no sentido de mostrar o lado ruim do que faziam na natureza e usava o figurante que protegia o mundo contra desmatamento). Os bons sempre repreendendo os maus. Sensibilidade que veio na veia do menino. Sonhou em ser arquiteto, acabou virando DJ e desenvolvendo uma relação bastante profunda com a moda. De uma maneira ou de outra, sempre esteve ligado à arte que desperta a sensibilidade em cada um de nós e que sempre transmite ao outro mensagens positivas de boa vida e bom espírito transcendente.
Aos 11 anos Paulino descobriu sua homossexualidade. O mundo e a sua percepção de mundo então mudaram. Descobriu o prazer e descobriu o que despertava este prazer. Conheceu a descriminação logo cedo. Não suportava ouvir a palavra fresco. Encontrou mais uma vez o apoio e a compreensão do colo de sua tia que em todos os momentos o apoiava.
A transformação visual começou aos 18 anos de idade. Começou influenciado pelo estilo EMO. Franja no rosto, tênis all star e lápis nos olhos. Assim, aos pouquinhos aquele visual de menino, filho de papai, com camisa pólo, calça jeans e tênis de marca, começou a se transformar e pouco tempo depois começou a transição para unhas e cabelos pintados, os tênis deram lugar às botas e sandálias de salto, meia-calças, saias e a mistura de peças do vestuário masculino combinadas junto ao vestuário feminino.
Criado pela (frente à) televisão, com “Capitão Planeta” como desenho preferido por ter como protagonistas heróis que salvavam a natureza, Paulino encontrou o seu estilo próprio de ser e se vestir e desenvolveu umas das características mais essenciais para um super herói que é o determinismo e a coragem para lutar por aquilo em que se acredita.
Paulino acima de tudo é exemplo de honestidade consigo mesmo, verdade e muita personalidade. Alguém que sozinho lutou contra as adversidades da vida, se manteve firme e hoje leva alegria e diversão às pessoas, contagiando todos com a sua simplicidade (as vezes extravagante - risos -) de ser.
Paulino não gosta de rótulos. Se define como um menino que usa roupas femininas e masculinas. Assim como todo ser humano tem os seus dois pólos, bem e mal, também possui em sua constituição características “macho” e “fêmea”. Somos parte de nosso pai (cromossomo Y) e de nossa mãe (cromossomo X).
Paulino sempre chama atenção nas ruas pelo jeito diferente, estranho (como ele mesmo fiz) de se vestir. Mas segundo ele, as suas roupas e a sua moda é o seu jeito de comunicar ao exterior o seu mundo interior. Uns o chamam de visão do nivarna, Xuxa, andróide ou avatar, mas ele próprio afirma que é muito bem resolvido com relação aos julgamentos e não se incomoda com os olhares alheios, pois já se acostumou com os comentários.
Ele mesmo admite que se acha esquisito e as vezes se olha no espelho e fala para si mesmo: “Nossa, o que é isso?” Mas a sua auto-estima vem do carinho e reconhecimento que recebe do seu público. Paulino tem a alma de um artista. Faz a sua arte para lhe auto satisfazer, mas acima de tudo para compartilhar, para transmitir aos outros os seus sentimentos, pensamentos e emoções que vingam da sua percepção e sensibilidade de mundo. Ele não tem medo de mostrar quem ele é. E talvez esteja aí o sucesso de tanta popularidade. É uma pessoa muito positiva e espirituosa. Não tem medo de ser agredido pelo preconceito e encara a vida de frente.
As suas roupas é uma forma de se expressar. De dizer: “Eu estou aqui. Antes eu sofria por não poder me expressar. E descobri na moda a maneira de me libertar. Minhas roupas falam do que é minha vida, o meu jeito” diz ele. E a criatividade das roupas ele leva também para o papel. O menino que desenhava seus rabiscos em papel ofício para colar nas paredes do quarto, hoje em dia criar flyers e cartazes para divulgação de empresas e festas e trabalha também como DJ, tocando sets lists que fazem a cabeça da galera nas noites natalenses e nordestinas. Sua music peformance vai além dos batidões e das pick up de DJs. Ele também agita a galera com as suas maquiagens, figurinos e suas danças que ditam toda a vibe de suas festas e apresentações.
E assim é Paulino Chacon. Como ele próprio se define na biografia do twitter: um cross-dressing, hostess, DJ performer, dançarino e produtor de eventos. E eu ainda acrescentaria, decorador, designer gráfico, homem, feminino, sensível e artista.
“Seja livre, seja você. Liberdade para expressar aquilo que você é, no seu modo de falar, no seu trabalho. Ser você em todas as situações. Cada família é cada família, cada vida é cada vida. Sofri até os 18 anos e entrei de cabeça. Eu não agüentei mais o sofrimento de me esconder e hoje eu posso dizer que eu sou feliz”, Paulino Chacon
Paulino por Paulino: Atitude.
Seu plano para o futuro é ser um bom empresário para abrir algum espaço onde misture música, arte, cultura, projeto que ensine as pessoas a perder o preconceito, a preservar da natureza, bar. Tudo em um canto só.
POR: YASMIM KYSSYANNE MORAIS DA COSTA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
LINGUAGEM JORNALÍSTICA PARA RÁDIO E TV
DOCENTE: MARIA ANGELA PAVAN
DICENTE: YASMIM KYSSYANNE MORAIS DA COSTA
Linha do Tempo – Fotos
Fase: Trabalhos como Cover/Cantor Infantil e Dj/Performer (Atual)
Amigos:
Artistas:
um dia quem sabe as pessoas que tem sorte de serem amadas, sintam na sua propria alma que certas coisas não se dizem pra pessoa que te da valor de verdade, assim como a água que tu bebes que te rega a vida nunca sujes ela com lama pois pode te fazer mal e um dia podes precisar dela pra renascer! by paulino chacon
Amigos:
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um dia quem sabe as pessoas que tem sorte de serem amadas, sintam na sua propria alma que certas coisas não se dizem pra pessoa que te da valor de verdade, assim como a água que tu bebes que te rega a vida nunca sujes ela com lama pois pode te fazer mal e um dia podes precisar dela pra renascer! by paulino chacon